A historia aconteceu diante dos nossos olhos. Nesta quarta-feira (26) o Villarreal, da Espanha, derrotou o gigante Manchester United e conquistou o primeiro título de expressão desde a sua fundação. Na Arena Gdansk, na Polônia, o Submarino Amarelo venceu nos pênaltis, após empate em 1 a 1, e enfim conheceu o gostinho da glória após 98 anos.
Cerca de 10 mil torcedores acompanharam a decisão da segunda competição mais importante entre clubes da Europa. A grande final marcava o encontro entre os Red Devils, que tentavam salvar a temporada após não vencer competições desde 2016/17, e o Villarreal, que até então só havia vencido a terceira divisão do Campeonato Espanhol, em 1970, e duas edições da modesta Taça Intertoto, que reunia os clubes não classificados para nenhum torneio europeu, em 2003/04 e 2004/05.
Durante todo o primeiro tempo, o Villarreal optou por se fechar na defesa para conter os avanços do United e jogar por uma bola no contra-ataque. O plano funcionou à risca e, além de neutralizar as principais armas dos Red Devils, o Submarino Amarelo ainda encontrou um gol - Gerard Moreno, sempre ele, desviou falta cobrada por Foyth aos 29 minutos e igualou-se a Giuseppe Rossi como maior artilheiro da historia do clube, com 82 tentos.
Após colocar os pensamentos em ordem durante o intervalo, a equipe de Ole Solskjaer voltou com tudo para a segunda etapa. Logo aos 9 minutos, o uruguaio Cavani aproveitou bola rebatida na área e empurrou para a rede, empatando o jogo e esquentando de vez o jogo. A partir daí, o Manchester dominou de vez as ações, encurralando o adversário e criando lances perigosos no campo de ataque.
Aos 25, Rashford recebeu cruzamento de Bruno Fernandes, e, livre, errou o chute. Com o goleiro caído, a bola foi para fora, rasteira, ao lado da trave. O lance evidenciava que, devido à forte aplicação tática e física do primeiro tempo, o Villarreal já estava bastante desgastado em campo. Mesmo recuada, a equipe de Unai Emery não tinha mais fôlego e tentava fazer o tempo passar para ir à prorrogação e, consequentemente, aos pênaltis.
Sem espaços para triangulações ou passes em profundidade, o United começava a abusar dos cruzamentos. Com as linhas adversárias bastante compactas e cada vez mais coladas à própria baliza, restou ao time inglês abusar do chuveirinho, gerando um alvoroço na defesa espanhola.
No entanto, os Amarelos não se rendiam. Esgotados, chegavam ao limite corporal para fazer jus à maior chance de conquistar um título de expressão em seus 98 anos de existência. Aos trancos e barrancos, conseguiram sobreviver aos 90 minutos regulamentares.
Prorrogação
Na meia hora de tempo extra, naturalmente, os dois times foram cautelosos. Ninguém queria se arriscar, visto que, com um gol sofrido em uma prorrogação, fica difícil dar a volta no placar. Timidamente, o Villa ficou mais com a bola no primeiro tempo de 15 minutos e rondou a área do United em busca do bote perfeito. No entanto, não conseguiu passar de cruzamentos sem perigo e chutes para fora; ao menos, interrompeu a forte pressão dos Reds no tempo normal.
Em fim de temporada, as equipes estavam destruídas fisicamente e praticamente não houve futebol nos últimos 15 minutos. Entre jogadores caindo com cãimbras e acenos chamando o barulho da torcida, Villarreal e United pareciam aceitar, em um pacto silencioso, levar a decisão da Europa League para as cobranças de pênaltis.
Penalidades
Na marca da cal, vitória do Submarino Amarelo por 11 a 10. Do lado amarelo, Gerard Moreno, Dani Raba, Paco Alcácer, Alberto Moreno, Parejo, Moi Gómez, Raúl Albiol, Coquelin, Gaspar, Pau Torres e Rulli fizeram. Já do lado vermelho, Juan Mata, Alex Telles, Bruno Fernandes, Rashford, Cavani, Fred, James, Luke Shaw, Tuanzebe e Lindelöf marcaram, mas De Gea perdeu.
Numa disputa que parecia interminável, as cobranças chegaram aos goleiros. Coube a Rulli ter pés e mãos decisivas para dar ao Villarreal a primeira taça de sua historia. Festa nas arquibancadas e nas ruas da Província de Castellón.
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